Eu não sei bem com o cheguei até
aqui, mas agora que bateu esse vento fresco me deu uma vontade imensa de
voar... Você já olhou o céu hoje? Está cheio de flores e o cheiro é tão bom! Vi
suas fotos e as dobras de letras do seu nome. Letras voadoras que chegaram até
aqui comigo... Dobra. Dobrado. Duplo. Tudo muito grande. As lembranças que nem
cabem em minhas mãos viram um arpejo, com os sons serpenteando pelo meu umbigo.
Um frio na barriga. O seu sorriso. Nas fotos seus olhos estão um pouco tristes.
Mas eu poderia reconhecer você em qualquer lugar. Conheço o som da sua risada.
Sei o som dos seus passos. E se isso não vale nada, de que me adianta voar? Mais
um cigarro. Só mais um. Você tem medo de morrer sozinho. Eu tenho medo de viver
sozinha. É só um desencontro, você sabe. É algo que podemos corrigir agora. Eu
sei. Espera um pouco. Não faz assim. Já somos adultos e não temos idéia de como
parar tudo isso. Está sentindo o vento que chega e toca meu corpo? Vem, vamos
voar...
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