Eu estava no meio de um jantar de
negócios e, de repente, ouvi teu nome. Como poderia ser? Eu achava que ninguém
te conhecia ali. Mas seu nome foi pronunciado com todas as letras. Um falou. O
outro respondeu. E, depois, seguiram-se vários comentários sobre você. Fora o
fato de você ter virado assunto nada
mais me interessava naquela mesa de gratavas. O trabalho já havia terminado e
todos estávamos naquele momento de esquecer do mundo no fundo de um copo largo
até que seu nome surgiu. Meu pecado é ainda te guardar nas minhas gavetas
empoeiradas. Um dia ainda faço uma faxina boa, mas, enquanto isso,sigo me
surpreendendo a cada vez que percebo que você ainda está muito perto. Perto
demais. Com o celular escondido sob a mesa, escrevo a mensagem: o que você vai
fazer hoje? A resposta vem rápida: o que você quiser. E é por isso que,
educadamente, me despedi de todos. Sorri, enquanto colocava minha bolsa nos
ombros e saí para te encontrar. Dirijo em disparada para sua casa, o cabelo em
desalinho, o cigarro entre os dedos e a cabeça cheia de ideias de pecado. Na
tua garagem eu ajeito os saltos. No elevador, o batom. Abro a porta da tua casa
e caminho pelo corredor, sem pressa. Eu sei o que vou encontrar. Você sorri,
como se tivesse me visto ontem. Abre caminho. Você já conhece a estrada. Em
algum momento vamos precisar de água.
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