Do fundo do meu coração eu te confesso a
tranquilidade que me invade quando você está longe. Lá nas nuvens. Meu
passarinho. Quando você não está aqui é como se você tivesse morrido. E então
um luto cheio de paz se aloja dentro de mim e o mundo lá fora começa a fazer um
pouco mais de sentido. Eu olho suas fotos e seus sorrisos e é como se eu
estivesse me lembrando de uma vida muito distante. Algo que eu vivi ou que
gostaria de ter vivido. Eu me iludo assim porque é mais fácil. Minhas pálpebras
estão pesadas de uma solidão que evita o amor. Eu tenho que parar de enganar
você com essa coisa esquisita de sermos melhores amigos. Você não vê que eu
estou tentando e eu não consigo dizer a resposta certa? Me falta a voz. Me falta
o ar quando você não está por perto. E essa distância nada mais é que uma doce
canção que passeia pela minha alma. Vai preenchendo os caminhos do meu corpo
com suavidade. É quase como quando você toca a minha pele. Algo que faz nossos
olhos brilharem mais. Meus olhos nos seus olhos e eu não estou vendo bem. É
esta febre que me cega e me cala. Eu ainda me lembro dos dias em que eu
esperava por alguém que seria bom para mim. É que antes eu não tinha tantas
certezas como agora. Você pode não estar lembrado, eu sei. É que já passou
tanto tempo... Foi antes de você subir ao palco. Antes de você tentar preencher
sua vida com mais histórias vazias. Você cheio de vácuos, de frases inacabadas,
de fotografias rasgadas, de segredos não ditos. E eu deixando que a canção
entrasse pelos meus poros, enchendo de música meus dias e longas noites. Você
está ouvindo? Meu amor está escondido na música que toca enquanto você voa para
longe de mim. Eu nunca te quis mal, mas se você demorar muito para voltar eu
não sei não.
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